CRÍTICA ESCRITA E PUBLICADA ORIGINALMENTE EM 18/09/2015.

Maze Runner – Prova de Fogo (Maze Runner: The Scorch Trials – 2015)

Depois de escapar do labirinto, Thomas e os garotos que o acompanharam em sua fuga encontram uma realidade bem diferente: a superfície da Terra foi queimada pelo Sol e eles precisam lidar com criaturas disformes chamadas Cranks.

O filme flui razoavelmente melhor que o projeto anterior, satisfazendo enquanto genérica trama de ação, porém, padece do mesmo mal de outras adaptações recentes de fenômenos literários: excesso de cenas expositivas, consequência de uma equivocada opção pela transposição ipsis litteris, visando mimar os jovens leitores que esperneiam se um mínimo detalhe das páginas for modificado, ao invés de promover uma visão adulta que seja fiel ao espírito da obra, não uma simples emulação de sua forma.

O roteiro de T.S. Nowlin, que tem no currículo apenas os dois textos dessa franquia, consegue ser bem-sucedido em repetir os problemas dos livros escritos por James Dashner, ainda que com menor fidelidade dessa vez, com personagens desenvolvidos de forma vaga e que mudam de motivação ao sabor do vento, muita correria disfarçando o desleixo com qualquer senso de organicidade nas situações, soluções convenientes estabelecidas por um debruçar preguiçoso nos clichês mais batidos, enfim, aquela camada de manteiga fina que é espalhada em um pedaço grande de pão, um fiapo de história, sonolentas duas horas de muita movimentação e nenhuma personalidade, servindo apenas para manter o público-alvo comprando ingressos até a conclusão da trilogia.

A direção de Wes Ball é pouco inspirada, com desajeitado senso de ritmo, falhando em imprimir um tom, o que prejudica tremendamente o terceiro ato, que parece que foi comandado por um programa de computador. Consigo até imaginar a conversa dos produtores: na dúvida, insira na trama uma espécie de antagonismo zumbi padrão, já que essa fórmula está agradando a garotada.

E não ajuda que estes Cranks, em pleno ano de 2015, ganhem vida com um trabalho de CGI medíocre, que passa a impressão de que foi feito às pressas. Com relação aos personagens que não estão infectados pelo vírus, interpretados com duas variações de expressões, por um elenco de capas da extinta revista “Capricho”, eu sequer me recordo dos nomes. É um núcleo que poderia fazer companhia aos anões da franquia “Hobbit”.

Uma confusa transição, com reviravoltas irrelevantes, emocionalmente canhestra, interessante apenas para os fãs dos livros.



Viva você também este sonho...

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