No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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Sétimo Céu (7th Heaven – 1927)
Chico (Charles Farrell) trabalha arduamente nos esgotos de Paris. Ele encontra Diane (Janet Gaynor), uma jovem mulher que foge da polícia e lhe pede ajuda para que a esconda. Os dois acabam se apaixonando e vivem um romance até que ele é convocado para a Primeira Guerra Mundial.
Um dos filmes mais lindos da era silenciosa, infelizmente esquecido hoje até pelos cinéfilos mais dedicados, o sucesso desta pérola protagonizada pela Janet Gaynor foi tão estrondoso que ajudou a estabelecer a Fox Film Corporation como um estúdio forte na indústria.
A atriz recebeu o primeiro Oscar de Melhor Atriz e Frank Borzage o primeiro de Melhor Diretor, e, dez anos depois, Hollywood tentou a sorte novamente refilmando a história com Simone Simon e James Stewart, mas a obra dirigida por Henry King fracassou nas bilheterias, o público ainda lembrava com muito carinho do original.
Borzage se mostra altamente influenciado pelo estilo do alemão F.W. Murnau, utilizando a luz e uma direção de arte expressionista como ferramentas para construir uma atmosfera que convida o espectador a participar ativamente da trama, investimento emocional que reforça a eficiência do melodrama, evitando com que ele se torne piegas, principalmente no sensível terceiro ato.
“Sétimo Céu” é, acima de tudo, uma sincera e calorosa celebração do poder redentor do amor.
- Você encontra o filme facilmente garimpando na internet.