Napoleão (Napoleon – 2023)
As origens do comandante militar Napoleão (Joaquin Phoenix) e sua rápida ascensão. Uma visão através do prisma de seu relacionamento muitas vezes volátil com seu verdadeiro amor, Josephine (Vanessa Kirby).
O novo filme do diretor Ridley Scott é visualmente impecável, mas imperdoavelmente banal em suas escolhas narrativas, um problema grave que torna a experiência consideravelmente entediante para o público e pouco desafiadora para o elenco, que, basicamente, funciona em cena graças à credibilidade imposta pela qualidade dos figurinos.
O currículo do roteirista David Scarpa é duvidoso, o seu primeiro trabalho, “A Última Fortaleza” (2001), passou raspando na prova, já os seguintes, a fraquíssima refilmagem de “O Dia em Que a Terra Parou” (2008) e “Todo o Dinheiro do Mundo” (2017), que tinha potencial, mas carecia de personalidade, não tranquilizam ninguém.
A tarefa dele em “Napoleão” não era fácil, a trama não precisava ser fiel às páginas da História, as liberdades criativas são muito bem-vindas, por exemplo, quando servem para potencializar a imersão emocional, mas não é o que acontece neste projeto. A missão básica de uma obra é manter o interesse do público no conceito proposto, seja ele qual for, o resultado neste caso é um épico vazio, confuso, que agrada aos olhos e jamais toca o coração ou a mente.
É provável que a versão mais longa, que será disponibilizada em breve no streaming da Apple, resolva alguns problemas estruturais na execução, mas o difícil será convencer alguém a investir mais algumas preciosas horas em algo tão desinteressante. Um tremendo potencial desperdiçado.
Uma dica importante, caso você queira algo competente no tema, procure o excelente “Waterloo” (1970), dirigido pelo russo Sergei Bondarchuk.
Cotação:
- O filme estreia nesta semana nas salas de cinema brasileiras.