Mac – O Extraterrestre (Mac and Me – 1988)
Eric, um menino cadeirante, encontra um extraterrestre chamado Mac e o ajuda a reencontrar a sua família. Mas, para isso, precisa enfrentar a polícia, que quer capturar Mac e sua família.
É impressionante o número de crianças que dizem que morriam de medo do “E.T.” do Spielberg, mas, com certeza, elas não devem ter assistido ao “Mac – O Extraterrestre”. Eu literalmente corria da frente da televisão quando aparecia o alienígena e, principalmente, os membros de sua família, com aquele modo de andar esquisito.
Acredito que, por eles terem uma forma mais humana, a sensação de estranheza era maior. Contrastando com o sentimentalismo elegante do clássico de 1982, nesta pérola de ruindade do diretor Stewart Raffill, cada cena é pensada com o objetivo de extrair as lágrimas do público. O menino que vira amigo do alienígena, Jade Calegory, é paralítico na vida real, um artifício utilizado pelo roteiro sem nenhum senso de sutileza.
A produção, cópia vergonhosa da trama do irmão mais famoso, tem momentos que me remeteram aos filmes da fase final dos Trapalhões, quando o product placement era inserido das formas mais bizarras.
A obra é uma desculpa elegante para divulgar o McDonald’s e a Coca-Cola, o produtor trabalhava nas campanhas publicitárias protagonizadas pelo palhaço da marca de fast-food, o roteiro nem tenta disfarçar este direcionamento, mas a execução poderia ser mais inteligente. Há até uma absurda sequência de dança dentro do estabelecimento, um momento realmente constrangedor.
E o desfecho do filme? Os alienígenas acabam se tornando cidadãos norte-americanos, vestidos a caráter. Ao ejetar a fita VHS do aparelho, surpreso, eu percebo que ainda morro de medo deste filme.
- Você encontra o filme com facilidade no Youtube.