Dragnet (1951-1959)
O cotidiano perigoso do Sargento Joe Friday (Jack Webb) e seus dedicados investigadores da Polícia de Los Angeles.
A série, criada, protagonizada e dirigida por Jack Webb, começou no rádio, conquistou rapidamente o respeito dos policiais pelo realismo das tramas, e foi abraçada carinhosamente pelo público.
Webb atuou como perito forense no noir “O Demônio da Noite” (1948), teve a oportunidade de estudar e vivenciar por algum tempo o cotidiano destes profissionais, uma experiência que injetou nele a inspiração para produzir um drama radiofônico imersivo que transmitisse não somente o aspecto empolgante do tema, mas também o seu lado humano, as investigações angustiantes, o embate de temperamentos, além da autenticidade dos jargões e do tédio inerente à execução dos procedimentos.
O sucesso do projeto gerou uma série para TV, com Webb repetindo o papel, mantendo a essência da proposta intacta. O seu parceiro de aventuras mais frequente foi Ben Alexander, que viveu o detetive Frank Smith, responsável pelo necessário alívio cômico.
A fórmula do rádio foi respeitada, boa parte dos primeiros episódios foram adaptações diretas de tramas já trabalhadas. Na fotografia, a utilização de ângulos de câmera pouco usuais e a abordagem suja (logo, realista) dos cinejornais da época, potencializavam a imersão emocional, algo importante levando em conta a curta duração dos episódios, apenas trinta minutos.
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Eu selecionei 4 ótimos episódios das duas primeiras temporadas que sintetizam bem os méritos da série.
The Human Bomb
O intenso primeiro episódio da série. Um ex-presidiário guarda rancor da cidade de Los Angeles. Ele quer explodir a prefeitura, a menos que suas exigências sejam atendidas. Ele tem uma bomba poderosa. A polícia encontra 28 bananas de dinamite em seu apartamento. Apenas o Sargento Friday pode impedir este ataque terrorista. No elenco, a presença de RAYMOND BURR.
The Big Cast
Friday começa a interrogar Henry Ross, suspeito do desaparecimento de um homem, que ele acredita ser na verdade um assassinato. Ross nega fria e calmamente qualquer envolvimento no desaparecimento, mas o interrogatório implacável logo começa a quebrar a fachada do suspeito. No elenco, a presença do grande LEE MARVIN.
The Big Run
Friday examina o esquivo ladrão armado Mark Hoffman depois que o homem escapa repetidamente de prisões estaduais e militares. Ele conseguirá convencer o homem a se render ou ele cairá sob uma saraivada de balas.
The Big Barrette
Friday e Smith têm evidências físicas consideráveis, mas muito poucas pistas genuínas para ajudá-los a resolver o misterioso falecimento de uma adorável jovem.
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A série, cujo título deriva do termo policial que representa um sistema de medidas coordenadas para a detenção de criminosos ou suspeitos, ganhou uma nova versão colorida que durou de 1967 a 1970, com um telefilme piloto, mas infelizmente é mais lembrada hoje pela fraca adaptação cinematográfica de 1987, em tom cômico, com Tom Hanks e Dan Aykroyd.
O clássico que definiu o estilo que até hoje é imitado em produções policiais similares merece ser resgatado das prateleiras empoeiradas do tempo.
- Você encontra os episódios da série com facilidade garimpando na internet.
Tema composto por Walter Schumann, com clara inspiração no trabalho de Miklós Rózsa em “The Killers”, de 1946: