No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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A Pequena Loja dos Horrores (Little Shop of Horrors – 1986)
Seymour Krelborn (Rick Moranis) é um órfão que trabalha na floricultura do Sr. Mushnik (Vincent Gardenia). Ele passa seu tempo sendo explorado pelo patrão e sonhando acordado com Audrey (Ellen Greene), uma colega de trabalho. Um dia, após um eclipse solar, Seymour encontra uma planta estranha. Ele a compra e passa a chamá-la de Audrey II. Ao cuidar dela, ele acidentalmente corta o dedo e percebe que Audrey II tem um grande apetite por sangue. Com o tempo, a planta cresce cada vez mais, forçando Seymour a encontrar pessoas que possam servir de alimento para ela.
Este é um filme que foi me ganhando com o tempo, eu me recordo que não gostava dele na adolescência, achava bobo demais, talvez porque considerava um deboche com a pérola original do saudoso Roger Corman, que já era cômica, irônica, mas soava mais orgânica. Ela acabou se tornando mais famosa por contar com uma breve participação do jovem Jack Nicholson (no papel que foi homenageado no filme pelo grande Bill Murray).
O conceito se transformou posteriormente em um musical off-Broadway, composto por Alan Menken e Howard Ashman, dupla que entregaria anos depois a identidade musical de animações da Disney como “A Bela e a Fera” e “Aladdin”. As canções, aproveitando o contexto da época em que a trama se desenvolve, bebem generosamente da fonte do rockabilly (representado principalmente na figura do dentista, vivido por Steve Martin, um pastiche da persona cinematográfica de Elvis Presley) e do som da Motown do início da década de 60.
O diretor Frank Oz soube dar o tom correto, o elenco visivelmente se diverte no processo, as sequências musicais são inseridas inteligentemente, com fluidez, sem prejudicar a imersão do público que não aprecia o gênero. É um trabalho charmoso, verdadeiramente engraçado, que merece ser redescoberto.
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Clássica cena (legendada) com Steve Martin: