No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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O Romance de Murphy (Murphy’s Romance – 1985)
Depois do divórcio, Emma (Sally Field) se muda para o interior com o filho (Corey Haim) para cuidar de um haras e conhece Murphy (James Garner), um homem mais velho, de quem gosta muito. O relacionamento deles parece estar indo bem, até que seu ex-marido (Brian Kerwin) aparece na cidade e ela se sente dividida.
O cinema norte-americano presenteou o mundo com muitas comédias românticas maravilhosas, esta pérola do saudoso diretor Martin Ritt foi praticamente esquecida, uma aula de delicadeza, com um texto inteligente que aborda o amor maduro com elegância e honestidade.
A obra foi produzida pela protagonista, a adorável Sally Field, que retomou a parceria de sucesso com Ritt, após “Norma Rae” (1979) e “De Volta à Estrada” (1981). A fotografia ficou sob a responsabilidade do grande William A. Fraker.
O elemento que realmente move a trama é a química entre Sally e James Garner, chega a ser incrível pensar que ela precisou lutar pela presença dele, já que os executivos queriam Marlon Brando no papel. Uma nota curiosa é que ela afirmou em entrevista recente que o beijo deste filme foi o melhor de toda a sua carreira.
Eu destaco o lindo diálogo que finaliza a obra, um dos momentos mais ternos que o gênero já ofereceu, quando Murphy abre seu coração, expõe sua vulnerabilidade e a esperança de ter a oportunidade de um último amor na vida.
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“Love for the last time” (tema do filme), de Carole King:
